Saturday, October 21, 2006



Há quem tenha uma autentica vontade interpretativa - eu, como todos os gajos com faro, apenas me limito a olhar de soslaio, como um expert matador. Vi a recente exposição de arte americana em Londres e faltou-me a vontade para o comentário. Não gosto muito de arte antiga, mas por vezes desintoxica. Apetece-me, assim de repente, ter à frente um bom bocado de arte que seja carne, como a ewscultura grega do ínicio do século V a.c.. Ponho-me a questionar as teses de Macluhan, e pergunto-me se não há um raio de apetite visual algo arcaico e terrivelmente pré-histórico que, para lá das nossas adaptações aos devires environmentais (e o environment é físicamente uma mentalidade)nos torna um pouco reticentes a esta diversidade temas tão estupidamente actuais. Há na exposição algo implosivo e catastrofista em quase tudo.




Eu sei que desta desordem nascerão novos e arrepiantes mestres com gloriosa carreira e prestigio clássico, mas falta aqui uma clareza conceptual para lá dos velhos clichés já velhotes do apropriacionismo. É difícil ser um «novo» artista hoje? É esse o interesse do desafio. A história será mais uma vez catastrofista e cinicamente impiedosa.

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